sábado, 6 de junho de 2009

Crédito habitacional dobra e Caixa reduz juros para até 8,2%

MARCELA CAMPOS
Colaboração para a Folha Online, em Brasília

A partir de segunda-feira, os juros nos empréstimos habitacionais feitos pela Caixa Econômica Federal ficarão entre 8,2% e 11,5% ao ano, mais TR (taxa referencial), mudança que poderá reduzir as prestações em até 10,58%.

A nova regra vale para as operações que operam com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), cujas cotas de financiamento chegam a 90% do imóvel.

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Para financiamentos de imóveis de até R$ 500 mil, o corte chega a 1 ponto percentual. Para os avaliados em até R$ 150 mil, a taxa fica entre 8,2% e 8,9% ao ano, mais TR, dependendo da opção de pagamento. Antes, variava entre 8,4% e 9,4%, ao ano.

De acordo com Jorge Hereda, vice-presidente de governo da Caixa, a medida se deve a uma "reprecificação" dos produtos oferecidos pelo banco, possível a partir da redução de custos e ampliação de escala, e não vai haver sacrifício na rentabilidade dos ativos do banco.

"Temos uma margem mínima de retorno para nossos produtos. De tempos em tempos, fazemos uma reavaliação e, se há folga, repassamos para os clientes." A última redução da taxa para essas operações ocorreu há um ano, e "a taxa foi mantida durante o pior período da crise", diz Hereda. "A Caixa não tem como objetivo levar o lucro à última consequência, mas também não faz irresponsabilidades", afirma.

Nos cinco primeiros meses do ano, o financiamento pela Caixa atingiu R$ 13,2 bilhões, em mais de 275 mil contratos, mais do que o dobro de 2008, quando o banco emprestou R$ 6,5 bilhões, em 131 mil contratos. Em 2009, a Caixa estima aplicar no setor cerca de R$ 30 bilhões.

Mercado

Na quarta-feira desta semana, foi a vez de o Banco do Brasil anunciar medidas para facilitar a compra da casa própria. O período para quitar o financiamento foi ampliado em cinco anos, equiparando-se aos 30 anos oferecidos por Caixa, Bradesco e Santander.

O juro das prestações também caiu: o menor foi de 8,9% para 8,4% ao ano, mais TR, mas dependendo do negócio, pode bater os 13% ao ano. A porcentagem do valor do imóvel a ser financiado passou para 90%, enquanto Itaú/Unibanco, Santander e Bradesco mantiveram os 80%.

No final de maio, o Bradesco também anunciou medidas que facilitam a compra da casa própria, incluindo aumento de prazo e corte de juros em 1,1 ponto percentual (de 10% para 8,9% ao ano, mais TR) para imóveis avaliados em até R$ 120 mil, novos ou usados.

O Itaú/Unibanco cobra juros de 11,5% ao ano, mais TR, para imóveis entre R$ 62,5 mil e R$ 500 mil. No Santander, quem opta por juros fixos paga taxa de 9% (imóveis entre R$ 40 mil e R$120 mil) e 11,95% (entre R$ 120 mil e R$ 500 mil).

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